23.2.11

[fingir que está tudo bem]


Fingir que está tudo bem: o corpo rasgado e vestido com roupa passada a ferro, rastos de chamas dentro do corpo, gritos desesperados sob as conversas;
Fingir que está tudo bem!
olhas-me e só tu sabes: na rua onde os nossos olhares se encontram é noite.
As pessoas não imaginam. São tão ridículas as pessoas, tão desprezíveis…
As pessoas falam e não imaginam… nós olhamo-nos.
Fingir que está tudo bem: o sangue a ferver sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades de medo nos lábios a sorrir
Será que vou morrer?, pergunto dentro de mim: será que vou morrer?
Olhas-me e só tu sabes: ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer: amor e morte
Fingir que está tudo bem: ter de sorrir: um oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga.

José Luís Peixoto

20.2.11

[he's just not that into you]



é bom perceber que a Scarlett pode ser gorda e ter um rabo maior do que o meu. é bom perceber outras coisas também. ou talvez não.

[há gente muito idiota]


Ontem à noite desejei por instantes ter uma arma dentro da mala. Em vez de esconder o telemóvel rapidamente como fiz, tinha era dado um tiro a cada uma daquelas gajas. Confesso que sempre andei à vontade em Lisboa, por ruas e travessas sem medo que algo me acontecesse, mas ontem à frente daquelas sete gajas (e um gajo que não abriu a boca), tremi bastante. Estava claramente em minoria, não tenho ideia de ser super-herói e pensei 'é desta que me roubam' 'é desta que me batem' 'é desta que me levam o carro'. Nada disso aconteceu, mas uma das cabras ainda me amolgou o carro e fiquei com vontade de as matar. E perguntam vocês 'mas porquê?'. Por nada. Eu era simplesmente uma branca a andar sozinha às 4 da manhã num beco de pretos e elas queriam diversão. Foi bonito.

17.2.11

[das saudades.]


um dia também vais sentir falta de acordar ao meu lado. e de te enroscares em mim. 
bem-feito.

16.2.11

[mada]


debaixo do braço trazia um livro de auto-ajuda.
percebi imediatamente que não ia ser uma conversa simples e curta, ia ser uma verdadeira consulta de psicoterapia.
ou qualquer outra coisa parecida.
afinal que lhe podia eu dizer?
às vezes não conseguia dormir, tinha arrepios e a comida até lhe fazia tremer o estômago.
afogava-se em lágrimas por tanto sentir.
algumas coisas não conseguimos,
nem vamos nunca conseguir explicar:
o sentimento que ela tinha por ele era uma delas.

e como as pessoas não trazem rótulos, digo-vos sem me alongar, há mesmo mulheres que amam demais.

15.2.11

[little boxes]



No fim-de-semana em vez de estar a queimar o meu microondas, coisa a que me dediquei ontem, acabei de ver a 6ª season desta série. Confesso que as sequelas das explosões cá de casa são um tanto semelhantes aos efeitos de Weeds, é que fico sempre à espera do próximo episódio. Com um black humor genial, actores igualmente bons e uma banda sonora fantástica, é uma autêntica moca. Conta a história de uma mãe de família que ficando viúva começa a vender erva  para sustentar os filhos, com todas as implicações que isso pode ter. A família Botwin e a comunidade de Agrestic, à volta de quem gira a animação, deixam a curiosidade de conhecer Pittsburgh e o desejo de uma 7ª temporada. Aconselho.

[estou a criar um nabo]


literalmente. podia dar-me para pior.


14.2.11

[. . .]


oiço uma música. depois outra. há coisas que realmente não se explicam. mas deviam.


tenham uma boa semana.

8.2.11

[4 am]


afinal demorou só uma hora.
2.840kg
perfeitinha como a tia =)
estou feliz.


[3 am]


bolas, estava mais quente na maternidade do que estou no meu próprio quarto.
'pode estar até 16 horas em trabalho de parto' dizem os médicos.
mas parece que hoje é dia de ser tia.
nervos.

1.2.11

[note to self]


01.02.2010 - Leila* dicit

'Destrambelhada da cabeça. É assim que eu me sinto. Tu orienta-te pah. Orienta-te.' 

Um ano depois e a história repete-se.