[88km/h*]

Há coisas que não se explicam. Passaram 24h e ainda não consigo explicar como é que me despistei sozinha em cima do tabuleiro da Ponte 25 de Abril. Ainda não consigo explicar como é que entre descontrolo, pião e embate no separador (entre a ponte e o rio) não atingi nenhum carro nem nenhum me bateu. Confesso que por instantes imaginei-me a fazer queda livre sobre o Tejo. Susto. Mas inexplicável foi o carro parar, eu por a primeira e desaparecer dali para fora até ao primeiro retiro. Ainda me recordo do ar incrédulo de um senhor que seguia na faixa do lado e me fazia sinais para saber se eu estava bem. Em vez de branca que já sou, devia estar transparente. Safei-me, tremi, chorei e pensei na sorte que tinha tido. Já o carro, batido de um lado e do outro merece descanso e um puxão de orelhas. Sacana.

*não era a velocidade a que seguia, essa nem me recordo.